Como obter maior índice de recuperação em pacientes com dores crônicas
As dores crônicas são responsáveis por grande parte dos atendimentos em uma clínica de Fisioterapia. Elas são aquelas que possuem duração maior do que o tempo esperado para a recuperação, com períodos contabilizados a partir de três ou seis meses de permanência. Como a origem do problema nem sempre está evidente, as dores crônicas representam um grande desafio para os profissionais da saúde. Você já se deparou com um caso complexo neste sentido?
Uma lesão, mesmo que leve, pode levar a sensibilidade extrema no nervo e gerar dores crônicas em diferentes partes do corpo. Esse tipo de lesão não sensibiliza apenas as fibras do sistema nervoso, também danifica as áreas do tecido muscular e conjuntivo, que podem tornar-se muito sensíveis ao toque. São essas áreas que geram o desencadeamento de dores inexplicáveis e intensas que irradiam para outras áreas do corpo, fazendo com que os pacientes busquem ajuda profissional.
Quando o fisioterapeuta se depara com um caso de irradiação dolorosa, ele precisa, primeiramente, buscar o diagnóstico completo. A etapa da observação é fundamental para o sucesso da recuperação dos pacientes e quando é negligenciada, o paciente recebe um tratamento com foco apenas no local da patologia. O problema nessa situação é que esse tipo de intervenção pode recuperar as dores crônicas momentaneamente, fazendo com que o paciente abandone os tratamentos no momento em que a dor foi amenizada. Porém, como o corpo não foi reabilitado corretamente, a dor voltará em um outro momento ou em outro local, ou seja: o paciente não foi realmente recuperado.
Atitudes que contribuem para a recuperação do paciente com dores crônicas
- Entender que a dor crônica é multifatorial
As dores crônicas são o resultado de alterações em todos os sistemas do corpo, que geram consequências à condição física, psicológica e comportamental. Quando o fisioterapeuta ignora o fato de que existem diferentes razões para a dor, ele tem dificuldade em direcionar o tratamento e recuperar o paciente. Um profissional que prioriza a visão global na hora de recuperar o paciente consegue tratar a fundo a origem do problema e não oferece um tratamento que apenas resolve parcialmente a situação. Ele pode, por exemplo, utilizar o raciocínio osteopático – que possui métodos de avaliação e diagnóstico centrados na individualidade do paciente e na inter-relação de seus tecidos e de seus sistemas corporais, bem como na interação destes com o meio.
- Saber correlacionar todo o histórico de saúde
Na maioria das vezes, a origem das dores crônicas não está em um acidente recente. Ela pode ser resultado de toda a trajetória do paciente até ali. Um acidente de carro, por exemplo, pode ocasionar uma tensão no tecido que reveste o crânio e no futuro isso pode se transformar em dores crônicas em diferentes partes do corpo.
Sendo assim, o fisioterapeuta precisa saber fazer as perguntas certas para traçar o caminho da doença. Quando a raiz do problema é detectada, o profissional deverá utilizar técnicas manuais delicadas para liberar estas áreas e dissipar as tensões que podem causar restrições em todo o corpo. Sem essa análise do histórico, dificilmente o profissional conseguirá recuperar as dores crônicas.
- Entender a complexidade do corpo humano
O corpo é muito mais do que a estrutura que se vê do lado de fora e até mesmo nos exames. O profissional que deseja obter um alto índice de recuperação das dores crônicas precisa ter uma análise mais profunda e sensível. Tendo como exemplo os diagnósticos na cabeça, o fisioterapeuta precisa levar em consideração que o crânio está em movimento sempre e que isso não necessariamente aparece nos exames, mas pode ser o ponto de origem da dor. Manusear um paciente com base apenas no que está sendo externalizado é um erro, já que o corpo humano é complexo e possui funções interligadas e desenvolvidas.
- Entender as minúcias do corpo
Na hora de tratar de dores crônicas, o fisioterapeuta deve levar em consideração os detalhes que compõe o corpo humano, como o metabolismo, a tensão muscular e o sistema nervoso. Há muitos casos em que as dores são resultados de desequilíbrio nessas áreas, de maneira que o profissional que está focado em tratar apenas a parte mecânica do corpo não conseguirá recuperar o paciente.
O desafio de tratar dores crônicas está presente na maioria das clínicas de fisioterapia, inclusive das especializadas em pilates, acupuntura e reabilitação esportiva. Ele pode ser confrontado com um conhecimento aprofundado no corpo humano e de todos os processos envolvidos em seu funcionamento.
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