Você sabia que a osteopatia apresenta ótimos resultados nas queixas relacionadas ao ciclo menstrual?
Imagine que você recebe em seu consultório uma paciente que sente desconforto menstrual todos os meses, mas que não foi diagnosticada com problemas específicos que possam causar dor. Muitos fisioterapeutas nesta situação poderiam entender que não há nada a ser feito, já que essa queixa é comum para a maioria das mulheres. Porém, os profissionais especializados em osteopatia sabem que o raciocínio osteopático traz muitas possibilidades de reabilitação neste caso. Percebe a diferença de conhecer profundamente a relação entre todos os sistemas do corpo humano?
A osteopatia apresenta uma grande melhora na qualidade de vida das mulheres em diferentes áreas, inclusive nos sintomas ligados ao ciclo menstrual e aos órgãos reprodutores. Por exemplo, em uma sessão, o fisioterapeuta consegue avaliar o quadro clínico da paciente que sofre com as crises menstruais e atuar para conduzir o corpo ao equilíbrio natural, onde não há dores e sobrecargas causadas pelas disfunções.
O Fisioterapeuta Osteopata utiliza seu raciocínio clínico para fazer um diagnóstico completo e encontrar as restrições em tecidos que possam interferir no bom funcionamento dos órgãos reprodutores femininos e nos impactos em outras regiões. Por ser um tratamento completo, a osteopatia não se resume ao útero e ovários. O cuidado pode envolver a coluna lombar, a pélvis, o intestino ou a bexiga, se for necessário.
A Dra. Júlia Parada, Fisioterapeuta Pélvica especialista em Osteopatia, compartilhou um pouco da sua experiência em um bate-papo com a EOM Brasil.
A osteopatia é uma filosofia que prepara o profissional para pensar a respeito do ser humano que está sendo atendido por ele. Quando pensamos em um atendimento osteopático, falamos mais sobre o indivíduo e menos sobre protocolos de tratamento. A Dra. Júlia Parada nos contou como isso se aplica na prática clínica e quais as grandes lições aprendidas ao lidar com pacientes do sexo feminino.
Confira a entrevista a seguir.
EOM Brasil: Quando você se deu conta de que a osteopatia poderia ser útil para tratar as queixas ligadas ao ciclo menstrual?
Dra. Júlia Parada: Antes de entrar para EOM, eu já trabalhava com saúde da mulher, mas nunca imaginei que a osteopatia iria mudar tanto minha forma de atender minhas clientes. Logo no primeiro ano da formação, entrei para prática supervisionada e lá percebi que poderia abordar queixas relacionadas ao ciclo menstrual. Desde então, comecei a ficar atenta e ir atrás de todas as informações que poderiam me ajudar até fazer o módulo de ginecologia e estudar mais a fundo o trabalho da Osteopatia na saúde da mulher.
EOM Brasil: Você consegue se lembrar de algum caso que te marcou?
Dra. Júlia Parada: Tenho vários, mas um muito interessante foi de uma mulher bem jovem que me procurou para tratar uma disfunção sexual. Na avaliação ela contou que desde a primeira menstruação sentia muita cólica, tensão e enxaqueca pré-menstrual. Veja que os sintomas do ciclo não eram a queixa principal dela!
Ela achava que era normal sentir tudo aquilo e que esse sofrimento era comum a todas as mulheres. No ciclo menstrual seguinte ao início do tratamento ela já não apresentou mais cólica e TPM, a enxaqueca também tinha melhorado consideravelmente. Foi muito legal, pois ela começou a perceber mais o corpo e isso a ajudou muito no processo de melhora da queixa sexual. Foi um trabalho muito bonito de educação em saúde, autoconhecimento e empoderamento feminino.
EOM Brasil: Como você se sente podendo usar seu conhecimento para colaborar com a saúde dessas mulheres?
Dra. Júlia Parada: Me sinto extremamente honrada em poder ajudar mulheres a melhorar a qualidade de vida. Entender que nós somos cíclicas é fundamental. Por mais que tenhamos deixado esse conhecimento de lado, precisamos entender que temos fases hormonais diferentes no mês e que, quanto mais nós percebermos e nos conectarmos com isso, melhor conseguiremos identificar qualquer coisa que não seja normal. Isso facilita a busca por ajuda.
O auto “exame” de mama, por exemplo, que não é uma forma de rastreio de CA de mama, é super importante. Quanto mais a mulher conhecer as modificações dos seios durante as fases do ciclo (as mamas mudam durante o ciclo menstrual), mais fácil ela percebe se tiver qualquer alteração e pode procurar ajuda.
EOM Brasil: Quais as suas recomendações para profissionais que desejam atuar com o público feminino?
Dra. Júlia Parada: Estudem muita anatomia e fisiologia, entendam a parte endócrina da mulher, mas nunca esqueçam que cada mulher é um ser único e, apesar do sistema corporal ser parecido entre elas, cada uma tem uma história e uma percepção diferente da vida e do que é ser mulher. Essa diversidade faz da área uma das coisas mais fascinantes para estudar e trabalhar.
A versatilidade da osteopatia é o que atrai os fisioterapeutas para Formação em Osteopatia da EOM. Se você atua com o público feminino, a especialização te prepara para fazer melhor. Da mesma forma, quem atua com pilates e reabilitação esportiva também consegue desempenhar o papel proposto com excelência.
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